São 00:53 de uma noite de terça-feira. abafada.
Sento em frente ao espelho e me olho, de dentro dos meus olhos consigo ver nitidamente que a faxina ainda esta em andamento. Talvez não de uma forma tão intensa e dolorosa quanto antes costumava ser.
Os baques ainda existem, porem meus pés já tocam o chão em alguns momentos , bom na verdade por esses dias é difícil me lembrar de momentos em que eles saíram.
Hoje de frente com o espelho e principalmente de frente com uma verão extremamente lucida de mim, vejo cada defeitinho da minha pele, vejo cada ruguinha, cada estria, cada buraquinho, cada dobrinha.
Vejo cada "parte feia ", partes essas do meu corpo que as consideravas repugnantes e fora dos padrões absurdos que me foi empostas quando crianças. Esse processo de se encontrar é uma desconstrução seguida de desconstrução.E com uma alegria imensa que posso afirmar com total confiança que...
EU ESTOU APAIXONADA A CADA DIA, POR CADA NOVO DEFEITINHO QUE MEUS OLHOS PERCORREM SOBRE A SUPERFÍCIE DO MEU CORPO PULSANTE EM VIDA E MORTE.
Você já passou por isso. Sentir-se de verdade , olhar-se de verdade cada parte do seu corpo, do seu organismo que pulsa em extrema vitalidade.
Sei que geralmente nós é encimados que temos que olhar para o que temos de belo. No entanto vivemos em um meio que inverte os valores, acredite, e acabamos nós aprisionar em imagens de plastico sem vida.
Eu acredito que o meu feio é a versão mais verdadeira de mim, é a partir dele que eu dou inicio ao meu processo de reconhecimento, do feio material e imaterial.
É preciso que o ser se conheça de forma profunda e sem enganação.
É PRECISO RECONHECER-SE POR FORA PARA ORGANIZAR O QUE TEM POR DENTRO!
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